quarta-feira, setembro 21, 2005

Barbosa e Didi



O basquete feminino brasileiro colheu mais um fracasso na sua história recente. Perdeu o título da Copa América para a seleção de Cuba, em plena decadência.

Mais importante do que ter perdido é a forma como perdeu: com um basquete medíocre, sem criatividade alguma. Perdeu um campeonato que jogou integralmente com incompetência, com desleixo e improviso.

O maior culpado de todo esse papelão está no banco. É Barbosa. Impressionante como o técnico é capaz de nos surpreender negativamente a cada torneio que passa, a cada partida, a cada vitória desorganizada e a cada vergonhosa derrota há exatos 201 jogos. É de perder o humor.

Não acho que Barbosa seja burro, ou mau.

Ele simplesmente é ultrapassado. Foi vencido pelo tempo. Barbosa é simplesmente um equivocado, que não admite que o tempo passou. Barbosa continua o mesmo de anos atrás. Seus defeitos cresceram e o tempo diluiu suas qualidades. De maneira tão intensa e perversa, que já não se consegue enxergar nos olhos dele o apaixonado pelo basquete. Vê-se apenas um burocrata, um secretário. Alguém que não percebe quão ruim está a qualidade de seu trabalho. Um homem sem auto-crítica.

Barbosa parou no tempo. Em 60? 70? Não sei, mas parou. A simplicidade e a ingenuidade de suas táticas dão dó. A fragilidade de suas opções constrange.

Barbosa parece o Didi. O Mocó. Quem nunca se divirtiu com Didi de antes? Hoje, quando se vê o trapalhão na manhã de domingo, há mais pena do que riso. Difícil achar graça de alguém que repete as mesmas piadas num mundo que não é o mesmo de décadas atrás.

Difícil apoiar alguém que repete o mesmo enredo, num basquete que mudou tanto.

Ô, psit. Ô da poltrona, realmente tá difícil. Cacildis, onde foi parar nosso basquete?

No mundo das trapalhadas.

Mas não há mais o que fazer. Estou tão cansado de falar. Diz um técnico aí que eu sou o "corneteiro", que eu só sei reclamar. Que eu preciso propor.

Mas propor o quê? Falar o quê se ninguém se importa? Com quem não me escuta?

Prefiro torcer. Infelizmente com entusiasmo cada vez menor, já que a cada ano reconheço menos o esporte que me fascinou em 1991.

Torcer contra - como alguns advogam - não adianta. Estou certo disso. Não há derrota que abale a moral de Barbosa junto à CBB. Não há derrota que imponha a renovação numa confederação tão retrógrada e tão mal-administrada. Perder de Cuba ou do Zimbabue tem o mesmo significado para Grego. Perder nas seleções de base não preocupa ninguém. Portanto, que ninguém se chateie tentando torcer para Porto Rico nos bater, porque será apenas mais uma derrota. Uma de muitas.

Voltando ao que posso fazer ou propor, já tentei mobilizar as jogadoras para que elas se posicionassem. Alías, deveriam ser elas as maiores interessadas numa comissão técnica mais preparada. Afinal, é da vitrine da seleção que saem os contratos internacionais, as chances ali e aqui. Mas elas, que em sua maioria, galhofam das trapalhadas de Barbosa, preferem não se expor. Preferem fingir que está tudo bem no reino da Dinamarca. Por motivos financeiros, por medo, por covardia, comodismo ou seja lá porque, elas preferem o silêncio. A conivência do silêncio.

E assim seguimos... Praticamos um basquete de quinta categoria. Que sobrevive por alguns talentos individuais aqui, umas surpresas do destino ali. Mas que a cada dia se afunda na lama do poço.

O jogo da seleção é de uma pobreza primária. Não existe assistente que mude algo no padrão da equipe. Borracha, sem trocadilhos, apagadíssimo. Tarallo, invisível. Não importa quem senta ali: Bassul, Laís...são todos contagiados por uma mediocridade sem fim.

O jogo ofensivo é o mesmo. Ridículo.

As responsabilidades recaem sobre uma ou duas jogadoras. Mudam os nomes: Alessandra, Janeth. Micaela, Érika.

As jogadas são as mesmas. A ala-cestinha joga na base da individualidade. Vai, saracuteia pra lá, pula pra cá e arremessa. Se cair, bem. Se não cair, Deus nos acuda.

No pivô, só há espaço para a 5. A número 4 deveria ser entrevistada antes por Barbosa. Se a moça não tivesse traços de personalidade masoquista, deveria ser demitida imediatamente. Mas não, Barbosa insiste mesmo com as bem-intencionadas. E assim não há talento que resista ao esquema medíocre do treinador para a segunda-pivô. Assim passam Leila, Tuiú, e agora Êga. Todas talentosas, mas se prestando ao papel de garçonete. A função delas é ficar lá de fora do garrafão e jogar a bola no estilo "chuveirinho" para a 5 (Alessandra/Érika). Quanto desperdício de talento! Ninguém aguenta mais ver esse chuveirinho indecente. Que pode até funcionar contra uns pangarés asiáticos, africanos... Mas qualquer seleção que tenha o mínimo de inteligência mata a principal jogada brasileira no segundo quarto.

Que espaço uma campeã européia como a República Tcheca daria para uma jogada assim tão manjada? Mas o Barbosa há de dizer: "Contra as gregas, funciona!", nivelando nosso jogo por baixo.

Fora o chuveirinho, não há nenhuma outra jogada. O jogo das outras alas, fora Micaela, não flui, nem pulsa. Só empaca.

O que dizer de Vívian? Aiiiiiii, como dói. Barbosa acha que Vívian pode armar. Pois a moça que vinha de boas atuações nos amistosos, empacou na Copa. Depois de estrear com 20 pontos, Vívian somou 11 pontos nos 3 outros jogos. Seus erros e acertos se equivalem de tal maneira que a soma é zero. Em 98, Hortência contratou uma americana em fim-de-carreira para jogar no seu Vila-Nova/Massageol. Chamava-se Wanda Ford e já havia jogado com a Rainha em Sorocaba. A yankee chegou no meio da temporada ao time de Ferreto. Vinha de passagens por times do segundo escalão europeu. Cheia de vícios. Quando entrava em quadra, impressionava pela vontade e pelos erros canhestros. De maneira tão equivalente, que uma vez quando o time enfrentava Santo André, a técnica Laís não se conteve à pergunta do repórter. "E aí, Laís, essa americana mais ajuda ou atrapalha?". Meio sem jeito, a treinadora, calou por um minuto, mas confessou com um risinho: "Acho que mais atrapalha.". Assim é Vívian. Mesmo quando ajuda, ela atrapalha.

Das outras alas, o que comentar?

Sílvia está fora de forma. Pressinto que as cirurgias comprometeram em muita sua felixibilidade. O joelho está muito duro para os vôos. Somou 20 pontos numa competição desse nível.... O que esperar da menina em 2006?

Lílian fez iguais 20. Lamentável.

Prefiro não comentar sobre Jaqueline e Tayara.

Sobre a armação do time, Barbosa mantém suas dúvidas eternas. Ele nunca sabe quem será sua armadora. Desde o seu comando, já se revezaram Magic Paula, Branca, Helen, Silvinha, Adrianinha, Claudinha, Vívian e agora Fabianna... Mas não há talento que resista a um time tão mal-treinado, tão capenga.

Nos pivôs, Érika é uma grande jogadora, mas se enrola nas faltas. Graziane surgiu com regularidade. Reforça que o melhor caminho para um jovem talento brasileiro é mesmo o aeroporto. Na Europa, há desafio e cobrança freqüentes para gerar o crescimento. Aqui, uma acomodação sem fim.

Êga é a maior assistente da equipe. Sintomático, não? A função da 4 é assistir a 5. E nada mais.

Zaine, regular.

Ísis, muito a aprender. Por hora, uma jogadora grande apenas.

Defesa: nem comentarei. Acho que isso não é treinado na seleção.

Assim o barco segue, insistindo nos mesmos erros.

O cenário é desolador. Internamente, o basquete caminha para organizar dois frágeis torneios, já que as principais jogadoras estão longe daqui. O Mundial, que acontece em um ano, está longe de ser nossa redenção. Nem site o evento tem ainda. No mês passado, se discutia onde mesmo o torneio iria ser jogado. Fora de quadra, a organização é essa. Infelizmente, dentro não é muito diferente.

E parece que é por isso que vamos torcer...

Talvez os masoquistas sejamos nós, e não a pivô-4.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

RENATO ARAGÃO HOJE, SÓ PENSA EM FATURAMENTO PESSOAL...
APROVEITA DA PERDA DE UM AMIGO QUE FINGIU NÃO IR AO ENTERRO E VELÓRIO PARA DIZER QUE AMAVA BETO CARRERO.
UTILIZA-SE DESTES ARTIFICIOS PARA ENGANAR O POVO E AUMENTAR SUA FORTUNA.
DEDÉ ESTAVA DESEMPREGADO AJUDADO POR AMIGOS E O COWBOY HERÓI DAS CRIANÇAS.
BASTOU RENATO ARAGÃO TRAMBIQUES CORPORECTION CHAMAR E CORREU AOS BRAÇOS DO SEU VELHO DONO.
ELE QUE SE DIZIA EVANGELICOS MAS COBRAVA SUAS APRESENTAÇÕES ALEGANDO QUE, ERAM PARA PAGAR DESPESAS DE DISCO, ETC...
OS DOIS SÃO LOUCOS POR DINHEIRO.
E O PIOR SÃO EMPRESAS QUE AINDA APOSTAM EM UM CARA... QUE BRINCA COM SENTIMENTOS E MOMENTOS DE DOR.
SE CRIANÇA ESPERANÇA FOSSE PARA AJUDAR TODA A ARRECADAÇÃO SERIA DISTRIBUIDOS A TODAS AS CRECHES CARENTES, MESMO QUE NAS CONTAS DESSE 0,50 PARA CADA UMA AI SIM SERIA EM BENEFICIO DAS CRIANÇAS E NÃO CRECHES DITADAS PELA MAFIA QUE COMANDA ESTA ARRECADÇÃO MILIONÁRIA.

5 de agosto de 2008 às 15:59  
Blogger Carol Rodrigues said...

gOSTEI DO NOME DO BLOG, MAS APESAR DOS PESARES, ANTES barbosa QUE paulinho.!
pELO AMOR dE dEUS!

14 de agosto de 2008 às 11:58  

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